Uma estratégia bastante tradicional usada pelo marketing, e especialmente para o mercado B2B, é a participação das empresas nos grandes eventos do setor.
A importância dos eventos sempre foi e sempre será indispensável na estratégia para a geração de negócios, afinal é sem dúvida uma grande oportunidade ter todas as pessoas concentradas em um mesmo lugar, com o mesmo interesse e com os mesmos problemas no seu dia a dia.
Veja abaixo o estudo do Gartner, publicado pela Harvard, mostrando que eventos são o terceiro maior influenciador na decisão de compra, e isso inclui eventos virtuais.
O que ainda vemos são os modelos antigos de eventos, nos quais organizações fazem o papel de concentradores dos conteúdos e centralizadores dos maiores eventos dessa indústria.
São normalmente eventos muito caros, de três a cinco dias e que consomem de 20% a 30% da verba do ano, ou até mais, e muitas vezes oferecem como contrapartida o logo nos materiais e uma área para montar o seu estande.
Aliás, você ainda tem que investir na montagem do estande, pensando em ser mais impactante que a concorrência, que estará logo ao seu lado, ou apenas a alguns metros.
Uma verdadeira guerra, de egos, e de quem tem maior “budget”.
Muitas empresas já estão questionando esse modelo, pois em toda indústria existe aquele evento “essencial”, mas que é difícil realmente comprovar o seu resultado em uma época em que ROI para qualquer ação é indispensável.
Temos então os eventos proprietários, que é onde estão as maiores oportunidades.
Não me refiro aqui a alguns eventos, nacionais e até internacionais, onde a empresa fala dela mesma, os parceiros falam dela, os palestrantes convidados falam também da empresa, os clientes nos painéis falam também dos cases da empresa etc.
Já participei de alguns desses e as pessoas estão, na maioria das vezes, mais felizes com a viagem do que com o conteúdo propriamente dito.
A oportunidade está na real possibilidade de criação de diálogo com o setor, fazendo o papel de protagonista, líder.
Mas como começar?
Simples. Falando com seus clientes e parceiros, perguntando o que eles gostariam de ver, ouvir, quem eles gostariam de conhecer no setor, quais empresas são consideradas modelo no exterior etc.
Não é necessário falar sobre seu produto
Ensine, divida com o mercado o que você aprendeu, isso não quer dizer abrir sua estratégia, seus próximos lançamentos ou dados realmente sigilosos, mas com certeza você e suas equipes têm conhecimento de problemas-soluções que já encontraram e resolveram mil vezes, em mil clientes diferentes, não é? Os mesmos problemas…
Compartilhe quais os passos para identificá-los, mitigá-los, controlá-los, mostre até que ponto ele pode ir sozinho, onde estão os riscos, em que momento ele deverá buscar ajuda, quais são possíveis soluções e SIM! Onde você estará para ajudar e com qual solução.
As conversas muitas vezes podem começar no meio digital, empresas com estratégias de produção e publicação de conteúdo já conseguem ter indicadores de quais temas são mais atrativos, e geram maior audiência e compartilhamento.
Usar os eventos online para começar é uma excelente estratégia, existem ferramentas pagas e até gratuitas de altíssima qualidade e com a vantagem de que uma palestra pode virar um material gravado e ser infinitamente reutilizado.
Comece pequeno; mais importante que o tamanho da audiência é o engajamento dela com o tema. Vinte pessoas em uma palestra ao vivo ou evento online estão 100% interessados e envolvidas com sua mensagem, não estão lá para serem vistas, para tentar mudar de emprego, porque o chefe mandou.
Estão atrás de seu conteúdo. Ah… E não se esqueça do poder das redes sociais, onde esses 20 podem multiplicar-se por 10, 100, 1.000.
Se a sua empresa, ao invés de investir no maior estande da feira X da sua indústria, começar a montar uma estratégia de conteúdo, uma conversa com seus clientes e parceiros, que realmente toque nos desafios do setor, com certeza estará construindo uma relação mais próxima, e criando autoridade sobre o que faz e no que acredita, e isso é muito mais poderoso nos dias de hoje.
Tem dúvida se isso gera resultado? Veja novamente o gráfico acima. Referências são o segundo maior influenciador na decisão de compra.