Ser transparente aumenta as vendas?
Há algum tempo venho acompanhando notícias de empresas que usam exageradamente alguns recursos “criativos” a fim de terem melhores resultados.
Alguns casos foram bastante divulgados, mas que vale a pena comentar.
Em 2014, a marca de sorvetes Diletto foi acionada pelo CONAR (Conselho Nacional Autorregulamentação) por fabricar a história do avô do fundador Vittorio Scabin, que era a inspiração e origem da marca, o que na verdade era totalmente fictício.
No mesmo ano, a marca de sucos Do Bem teve que explicar o fato de estampar em sua embalagem que a origem das frutas era de pequenos produtores.
Na verdade, a compra é feita de grandes produtores, assim como todos os seus concorrentes que, inclusive, praticam preços menores.
Recentemente, a Seara teve que ser mais clara na questão do chef italiano que não serve a mesma lasanha no seu restaurante na Itália. Depois disso apareceu a palavra “inspirada nas lasanhas…”.
E, por último, a montadora de carros Hyundai, que foi condenada a pagar uma multa de R$ 1,6 milhão de reais por propaganda enganosa.
Para sairmos um pouco do foco em empresas, saiu recentemente a notícia que uma famosa “instagramer” australiana de 18 anos chamada Essena O’Neill, com mais de 700 mil seguidores acabou deletando suas imagens da rede social, mas não sem antes contar a verdade.
Quantas horas cada foto demorou, quanto recebeu para usar tal vestido, maquiagem para cobrir espinhas etc..
Não quero trazer aqui a discussão sobre feminismo, mulher “modelo”, mas sim o quanto somos influenciados cotidianamente por essas meia-verdades, e o quanto ainda não refletimos sobre o que vemos e lemos.
Vivemos em um momento conturbado no qual a credibilidade parece estar perdida em todas as esferas: política, institucional, empresarial e até no nosso futebol
In 2013, 73% of Brazilian consumers said they want brands to be transparent about the origin and the production of goods. In 2014, this grew to 84%.
— EDELMAN TRUST BAROMETER, FEBRUARY 2014
Uma pesquisa recente da Trendwatching mostra o aumento da valorização da transparência. Em resumo:
Sua empresa ser proativa e dizer a verdade sobre seus processos de desenvolvimento, produção, distribuição e seu legado, tem e terá cada vez mais valor.
Desta maneira, o recurso de “contar histórias” já não mais funcionará, pois ele não é uma via de duas mãos, não cria diálogo.
Que tal então criar CONVERSAS com suas comunidades, sejam seus fornecedores, funcionários e seus clientes.
Uma participação real na mensagem e não apenas serem fotografados como pano de fundo para alguma estória “baseada em fatos reais”.
Neste novo cenário, as áreas de marketing devem ser protagonistas, ousar, buscar outras abordagens e sair do caminho óbvio e ultrapassado das mensagens vazias.
Empresas mais transparentes, e que sejam capazes de realmente engajar as pessoas com conteúdo gerado com verdade, criando diálogos realmente abertos, transformam seus clientes e parceiros em advogados de seus produtos e marcas
Você também não acredita que essas empresas terão mais sucesso em um breve futuro?
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